No dia 17 de Março de 2023, enviámos um email à Metro Mondego para reunirmos sobre a inter-mobilidade entre o MetroBus e as bicicletas.
O Coimbr’a Pedal é uma comunidade de ciclistas que tem vindo a promover a mobilidade ciclável como alternativa aos transportes motorizados na cidade de Coimbra. Temos vindo a intervir construtivamente na procura de soluções junto da Câmara Municipal de Coimbra desde 2013.No comboio suburbano CP já se transportava bicicletas desde a estação Coimbra Parque até à Lousã e Serpins e vice-versa.
Sendo o Metro Mondego uma peça-chave no futuro da mobilidade intermunicipal, gostaríamos de perceber em que medida este novo meio de Transporte Público pode ser conjugado com a utilização da bicicleta.
Vemos ambos os meios de transporte como complementares: a bicicleta ideal para distâncias curtas até 5 km*, (as chamadas first e last-mile), e o metrobus para distâncias superiores. Nesse sentido gostaríamos de perguntar se haveria disponibilidade da Metro Mondego para reunir e conversar sobre os seguintes pontos:
- Integração de parques de bicicletas junto às estações do metrobus.
- Transporte de bicicletas dentro e/ou fora dos veículos.
(*) ver «Cidades para Bicicletas,Cidades de Futuro», Comissão Europeia DG ENV in
https://ec.europa.eu/environment/archives/cycling/cycling_pt.pdf
Após resposta positiva, reunimos no dia 21 de Abril, na sede da Metro Mondego.
Começámos por discutir o transporte de bicicletas no MetroBus.
O antigo comboio que o MetroBus vem substituir já permitia o transporte de até 6 bicicletas. Falámos na importância de poder levar a bicicleta de Coimbra para a região suburbana, onde existem menos transportes públicos e não existem operadores privados de trotinetes e bicicletas. Sendo a região suburbana um destino de lazer e desporto, o transporte da bicicleta poderia trazer mais clientes ao MetroBus nos períodos de menor procura.
Constatámos que não foram obtidos dados sobre o transporte de bicicletas na antiga automotora. E que não foi um requisito dos autocarros MetroBus a possibilidade de levarem uma bicicleta. Portanto discutimos como remendar a situação.
O transporte de bicicletas à frente do MetroBus não é possível devido à legislações de visibilidade frontal de veículos, e atrás não é possível devido ao autocarro já estar no limite do comprimento autorizado. A única possibilidade é transportar as bicicletas dentro do autocarro.
O autocarro MetroBus irá funcionar num modelo semelhante a um metro. Quando chega a uma paragem, as portas abrem automaticamente durante 20 segundos para os utentes entrarem e saírem. As portas estão ao nível do cais. A validação é feita nas paragens e não no autocarro. O autocarro irá circular a cada 2:30 minutos no pico de frequência, e a cada 7:30 minutos nos dias e horários de menor procura (dentro do horário de serviço).
Estivemos a analisar as plantas técnicas do interior dos autocarros, perto de estarem finalizadas. Existem 3 áreas possíveis para transportar bicicletas:
- Em frente à entrada posterior, numa zona com bancos rebatíveis (~1.80cm);
- Em frente à entrada central, numa zona para cadeira-de-rodas com bancos rebatíveis ( ~1.60cm);
- À direita da entrada central, numa zona para cadeira-de-rodas com bancos rebatíveis ( ~1.60cm).
Discutimos possíveis métodos de fixação de bicicletas: suporte fixo, correia, ou mesmo não haver fixação. Discutimos potenciais regras de utilização:
- Prioridade para cadeira-de-rodas e demais utentes;
- Utilização fora da hora de ponta;
- Utilização ao fim-de-semana.
Inclusive discutimos a possibilidade de começar com períodos experimentais.
Da parte do Metro Mondego, não se comprometeram em garantir um piloto para já. Vão estudar outros pilotos já feitos em Portugal, tendo uma reunião marcada com a Carris para conhecer os resultados das experiências efetuadas em Lisboa.
Do nosso lado, iremos pedir e analisar a planta técnica dos autocarros e sugerir o melhor modelo de transporte e fixação de bicicletas.
Numa segunda parte, discutimos o estacionamento de bicicletas nas paragens do MetroBus.
Realçamos a importância das bicicletas para as estratégias first-mile / last-mile (antes e depois da utilização do MetroBus). Falámos na importância dos estacionamentos certos, práticos e que transmitam segurança. Idealmente estacionamentos cobertos, de acesso limitado/exclusivo, e/ou vigiados. São especialmente importantes nas paragens suburbanas, onde há menos alternativas de estacionamento de bicicletas.
Constatámos que da parte do Metro Mondego não existe garantia que todas as paragens irão ter estacionamento para para bicicletas. E ainda não têm certeza de em quais paragens haverá estacionamento.
Do nosso lado, iremos enviar documentação sobre as melhores opções em termos de estacionamento para bicicletas. E também iremos tentar analisar as plantas das paragens suburbanas e sugerir potenciais locais de estacionamento.
Da parte do Metro Mondego comprometeram-se em analisar a documentação enviada e planear em que paragens poderá existir estacionamento.
Ficou o compromisso de uma nova reunião daqui a 3 meses para revermos os pontos discutidos.
Coimbr’a Pedal 
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