As más condições para circulação de peões e ciclistas no tabuleiro inferior da Ponte Açude não são novidade. Nos últimos meses têm se assistido a algumas notícias sobre este tema. Agora, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) vai propor a votação do executivo, amanhã dia 22 de Junho, um alargamento deste tabuleiro inferior, pela “módica” quantia de… 300.000€ (sim: trezentos mil euros). Esta é informação do Executivo que pode ser encontrada aqui, e saiu nos jornais da região Diário As Beiras e Diário de Coimbra.
Nós, ativistas no Coimbr’a Pedal, somos a favor de todas as melhorias para as condições do uso da bicicleta ou de andar a pé. Mas esta proposta tem um custo financeiro enorme, quando há outras soluções alternativas que poderiam ser tomadas. Já falamos sobre isso aqui.
A alternativa sensata será fechar parcialmente ao tráfego automóvel o tabuleiro inferior da ponte Açude. Ou seja: fechar ao tráfego automóvel num dos sentidos!
Isso já foi feito a título provisório durante as obras de manutenção do tabuleiro superior da Ponte Açude, em 2011/2012, como mostra seguinte foto dessa data.
Claro que muitos dão como argumento de que a circulação automóvel aqui é necessária, em especial nas horas de ponta em dias úteis… Ora nesta zona, quem vem (de automóvel) de Bencanta, São Martinho do Bispo, Taveiro, etc, tem a opção muito mais adequada que é a chamada “via rápida de Taveiro”, que depois liga ao tabuleiro superior da ponte açude. Mas… esta entrada da via rápida está muitas vezes congestionada…
Pois bem, mas este não é um problema que o tabuleiro inferior do Açude possa resolver, é um problema do Nó do Almegue (“rotunda”), que foi mal construído de raiz, como já noticiado em 2010 aqui. Depois, no inicio de 2012, até se realizaram alguns estudos (ver vídeo abaixo) que trouxeram ideias para resolver os problemas, e que culminou em negociações entre a CMC e a Estradas de Portugal, como noticiado aqui, em 2013. Infelizmente, desde 2013 que não são conhecidos desenvolvimentos sobre este assunto.
Queremos deixar ainda uma nota sobre a falta de sensatez, julgamos nós, da alternativa que foi apresentada em Março: Abrir o passadiço técnico do açude à circulação de peões e ciclistas.
Não é por acaso que este passadiço é separado fisicamente do tabuleiro inferior: este dá acesso às instalações técnicas do açude! Como é que se poderia garantir as condições de segurança para todos os utilizadores, e que não iria existir vandalismo nas instalações técnicas? Devemo-nos relembrar que o Açude tem um papel de enorme importância na estabilização hidrológica do rio Mondego, na zona de Coimbra e a jusante (no baixo mondego). Na foto seguinte (retirada da “vista de rua” dos mapas “Google”) dá para ver o acesso “fácil” às instalações técnicas a partir deste passadiço.
Nota final: Somos a favor de todas as intervenções que melhorem a qualidade dos espaços urbanos, no que toca a melhorar as condições para os peões e para quem circula de bicicleta, melhorando a qualidade de vida de todos os cidadãos. Mas fazer obras de um custo tão elevado, quando há alternativas, não nos parece sensato.
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